Manaus, 31 de março de 2011.
Magnífica Sra. Márcia Perales
Reitora da Universidade Federal do Amazonas
Magnífica Reitora,
Hoje o dia está cinzento: A República Federativa do Brasil sofreu um ataque no coração de sua soberania.
Antes de tudo, gostaríamos de ressaltar que o motivo de nossa revolta, em nada se confunde com questões pessoais ou políticas. Como brasileiros e amantes desta terra, sentimo-nos humilhados com a condição inferiorizada que a bandeira pátria, símbolo maior do Estado brasileiro, foi hasteada na entrada desta universidade, bem aos olhos de quem queira ver.
O falecimento do ex-vice-presidente da república, José de Alencar, gerou luto nacional por uma semana e, em consequência, as bandeiras de todas as instituições públicas, e as privadas
dotadas de algum respeito, deverão ser hasteadas a meio mastro, um ínfimo indicativo de respeito á memória daquele que em vida foi um guerreiro, tanto no campo das ideias quanto na movimentação de autonomia política de nosso país.
Contudo, não podemos ignorar o fato de que vivemos em um pais estritamente positivista, e ignorar uma de nossas leis seria o mesmo que ignorar a essência que movimenta as engrenagens desta nação. E foi justamente isto que este centro federal de ensino fez. A lei complementar n°5.700 de 1° de setembro de 1971, com as devidas alterações sofridas pela força da lei complementar n°8.421 de 11 de maio de 1992 é clara. Em situações de luto jamais bandeiras de outros países, entidades civis ou quaisquer outras instituições devem portar-se acima da bandeira do brasil, uma vez que esta, em nosso território, é a mais importante e merece todas as honras e destaques.
Sendo assim, a Universidade Federal do Amazonas falhou em seu propósito de existência, quer seja formadora de opinião ou fomentadora de conhecimentos. Devemos ter em mente que o papel de uma universidade para a sociedade em geral é bem maior que uma simples
profissionalizante, posto que a expansão do conhecimento humano gera, a curta e longa escala, uma grande responsabilidade que deverá ser ponderada por meio da difusão de valores éticos, morais e cívicos.
Portanto, Magnífica reitora, na condição de vassalos de vosso feudo cultural, gostaríamos de pedir, muito embora o desejo fosse exigir, explicações a respeito do caso. Dentro desta Universidade somos tementes ás armas da república, ou só as respeitamos quando o presidente está em visita oficial?
Aproveitamos a oportunidade para renovar nosso voto de confiança nesta Reitoria.
Atenciosamente,
Rogério Aguiar
Presidente do CACEC
André Gustavo Sampaio
Secretário Geral do CACEC
Felipe Pessoa
Diretor de Assistência Estudantil
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